de Brian Azzarello, Cliff Chiang e Tony
Akins
Sinopse: Antes de ser uma heroína, a Mulher-Maravilha sempre
foi uma nobre guerreira. E, antes de ser uma guerreira, sempre foi uma deusa.
Mas nem mesmo ela, um dos indivíduos mais poderosos e sábios da Terra, faz
ideia de qual é sua verdadeira história. E o que essa revelação acarretará na
vida da Princesa Amazona pode dar um fim prematuro à carreira da defensora da
justiça e à humanidade inteira!
O roteirista
Brian Azzarello e os artistas Cliff Chiang e Tony Akins assumem as aventuras de
uma das heroínas mais conhecidas do mundo, arquitetando uma fase apontada como
uma das melhores que a Mulher-Maravilha já teve em toda a sua história!
Quando
a DC Comics propôs um reboot de seu universo fictício (chamado de Novos 52), muitos grandes artistas foram
chamados para reinventar essas personagens, mostrar ao público uma nova faceta
de heróis e heroínas já tão conhecidos. A ideia não poderia ser mais objetiva:
criar novas histórias, agora livres e amarras cronológicas. A Brian Azzarello
(conhecido por títulos como Lex Luthor: O
Homem de Aço e Coringa, ambos ao
lado do talentoso Lee Bermejo) coube a tarefa de apresentar uma nova
Mulher-Maravilha ao público.
Em
parceria com Cliff Chiang e Tony Akins, a nova Mulher-Maravilha não veio do
barro, mas sim nasceu de uma relação carnal entre Zeus, o líder do Olimpo e
deus dos deuses gregos, e Hipólita, a rainha humana (ainda que imortal) das
amazonas. A origem do barro ainda está lá, de certa forma: Hipólita inventa
essa história para proteger sua filha recém-nascida das garras furiosas de
Hera, bem conhecida na mitologia por atacar os filhos de Zeus (tal qual fez com
Hércules, por exemplo). Então esqueça tudo o que sabe sobre Diana Prince, a
princesa amazona, pois esta nova faceta da heroína promete ser muito
surpreendente para novos e antigos leitores.
O
ponto alto das histórias criadas por Azzarello foi a inserção da mitologia.
Diana sempre esteve às voltas com os deuses gregos, até mesmo combatendo-os
fisicamente, mas nestas histórias isso vai ainda mais além: Zeus sumiu e uma
disputa pelo trono do Olimpo começa, enquanto Diana quer apenas proteger uma
mulher grávida dos perigos do mundo divino. Os deuses ganharam novas e
interessantes roupagens, mais modernizadas, permeiam toda a trama e dificultam
a vida da Mulher-Maravilha. Também somos apresentados a monstros e rituais
gregos antigos, que enriquecem a trama e a tornam mais verossímil dentro das
regras criadas nas próprias páginas dos quadrinhos.
Há,
ainda, um jogo político ocorrendo em paralelo com os desafios de Diana, e nisto
vamos conhecendo um pouco melhor os deuses. Dou destaque para Poseidon, o deus
dos mares, aqui transformado em uma figura monstruosa e curiosa, uma
reinterpretação diferente de tudo o que já vimos para a personagem – mas não se
engane, absolutamente todos os deuses estão diferentes de suas contrapartes em
qualquer outra história, incluindo a própria mitologia. Apenas Hera, figura
importante na história, é facilmente reconhecida por ter mantido suas feições
originais.
E
em meio a tantas maquinações, está a personagem título, Mulher-Maravilha. Aqui,
uma guerreira feroz e implacável, o texto de Azzarello não esquece algumas das
maiores qualidades da personagem: seu amor e sua bondade, seu desejo de fazer
justiça e se tornar uma ponte para a paz. Neste volume, Diana quer proteger uma
mulher grávida que está sendo caçada pelo Olimpo, e coloca tudo o que preza,
até mesmo seu lugar entre suas irmãs amazonas, por esta mulher que mal conhece,
simplesmente porque é o certo a se fazer. Esta é uma Mulher-Maravilha que os
fãs aguardaram tanto para reencontrar, e não me admira a crítica e o público
terem dado tantas notas positivas para esta obra.
Quanto
ao traço do Cliff Chiang e Tony Akins, Chiang é quem desenha a maior parte da
obra, e seu traço incomum pode causar certo desconforto para novos leitores,
mas o achei muito bonito. Fugindo do traço mainstream
habitual, aqui somos apresentados a uma Mulher-Maravilha forte, mas sem
perder sua feminilidade, de traços mais gregos e curvas mais próximas de um
modelo real (e não as formas exageradas com as quais os quadrinhos foram
presenteados nos anos 1990). Já Akins desenha as duas edições finais do volume,
substituindo Chiang temporariamente, e seu traço não me agradou muito por ser
inconstante e cartunesco – para ser justo, os monstros desenhados por Akins são
excelentes! As belíssimas capas das edições originais, pelo menos, são todas de
autoria de Cliff Chiang.
Mulher-Maravilha: Sangue é, para mim, o
melhor título dos Novos 52, e
recomendo fortemente que todos os fãs de quadrinhos o leiam. Não era leitor
habitual da personagem antes da passagem de Azzarello pelo título da amazona,
mas agora é certo que continuarei acompanhando. Para os fãs de mitologia, resta
ainda a graça de esmiuçar a trama e comparar com a mitologia real enquanto
aproveitam uma boa história em quadrinhos.
Editora: Panini
Ano de lançamento: 2016
Páginas: 164
Resenha perfeita! Parabéns! :*
ResponderExcluirObrigado! :D
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