quarta-feira, 7 de junho de 2017

Mulher-Maravilha: Direito de Nascença

de Brian Azzarello, Cliff Chiang e Tony Akins

            Sinopse: Com seu todo-poderoso pai Zeus desaparecido, a Mulher-Maravilha acabou sendo arrastada para a mãe de todas as contendas familiares: a batalha dos deuses pelo trono do Olimpo. E Zola - uma amiga humana da heroína, engravidada por Zeus em pessoa - pode se tornar em breve mais uma baixa nesse conflito agora que foi raptada por Hades, o soberano dos mortos! Para libertar sua companheira, Diana precisará enfrentar o segredo mais sombrio das amazonas, se equipar com armas criadas nas forjas dos deuses e se aliar a divindades nada estáveis e com objetivos desconhecidos. A viagem para o Inferno está marcada, e o soberano daquela desesperadora paisagem quer mais do que apenas a alma da Mulher-Maravilha…

            Antes de prosseguir com a leitura, recomendo que leia minha resenha do volume que antecede este: Mulher-Maravilha: Sangue. Brian Azzarello fez, para mim, a melhor revista em quadrinhos dos Novos 52 e uma das melhores fases da Mulher-Maravilha em muito tempo. Após um volume com um grande gancho no final, os autores mergulham de vez na mitologia grega para continuar a trajetória de Diana para proteger seu irmão ainda não nascido.

            Se no volume anterior era necessário explicar e esclarecer as novas regras na vida da Mulher-Maravilha, como a mudança em sua origem, este volume se consolida com um avanço significativo na história e revelações chocantes. Somos também apresentados a deuses, como Hefesto, uma sem-rosto Afrodite e Ártemis; e a lugares mitológicos famosos, como o próprio inferno, na versão mais perturbadora e cruel que já vi, e o Olimpo.
            Vale ressaltar que a Mitologia aqui é ainda mais bem retratada que no volume anterior, incluindo alterações no modus operandi das amazonas que as deixam mais próximas de suas contrapartes reais do que jamais foram nos quadrinhos. Perder aquela visão lúdica das amazonas pode ser chocante para a maioria dos leitores, mas segue com a proposta de Azzarello de tornar essas histórias mais próximas dos mitos gregos e da realidade que nos cerca.
            E, no cerne de tudo isso, temos a própria Mulher-Maravilha. Para quem reclamou que a personagem estava muito agressiva no volume anterior, – uma faceta, veja bem, dos Novos 52 em si, mas que a personagem já vem ganhando há um bom tempo – neste temos uma Diana mais determinada do que nunca, lutando com convicção e vencendo batalhas não apenas com seus socos e chutes, mas também com amor (literalmente). Algumas das soluções e reviravoltas de sua estadia no inferno são, inclusive, bem elegantes. Aqui podemos ver a Mulher-Maravilha mais graciosa, amorosa e, ao mesmo tempo, poderosa e lutadora desde o início dos Novos 52. Creio que os fãs irão gostar de ver como a personagem foi retratada.
            Nos traços, mais uma vez a bela arte de Cliff Chiang e o traço qualquer-coisa de Tony Akins. Ficam aqui os mesmos comentários da resenha anterior: gosto muito de um, não gosto nem um pouco do outro (ainda bem que Akins desenha menos neste volume). A edição da Panini ficou incrível como a maioria dos trabalhos com encadernados da editora, uma edição impecável, digna de respeito. Só é uma pena não possuir extras, como a edição anterior, mas a Panini segue à risca os volumes originais, e reparei que nos volumes de Flash o padrão é o mesmo: extras apenas no primeiro volume.
            Mulher-Maravilha: Direito de Nascença é mais um passo (num total de 6) no run de Brian Azzarello e Cliff Chiang à frente do título da princesa amazona, começando, se desenrolando e encerrando muito bem, deixando ganchos para o próximo volume e indicando a presença de novos deuses para movimentar a trama – algo que, certamente, quero muito ver. Quero logo o terceiro volume (prometido para “o meio do ano”), quero ver como a história avança e quero ler cada vez mais da Mulher-Maravilha.



Editora: Panini
Ano de Lançamento: 2016
Páginas: 140

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